sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Problemas cardíacos em PETs entenda!

Os cães e gatos podem ficar doentes do coração?
Eles podem adoecer do coração, principalmente quando envelhecem.
Então todos os pets quando envelhecem ficam cardíacos?
Não necessariamente todos, mas 1 em cada 10 cães torna-se cardiopata.
Qual a idade mais frequente para aparecer doença no coração do meu cão?
Nos animais geriátricos ou idosos, a doença do coração pode surgir entre 9 e 11 anos, entretanto, outras cardiopatias poderão também surgir durante a vida do animal.
Os cães e gatos jovens podem ter doença no coração?
Sim, fundamentalmente as doenças congênitas que são infrequentes e que levam ao óbito muitos filhotes antes até de um diagnóstico médico veterinário.
Existem muitas doenças cardíacas em cães e gatos?
Não são muitas, mas deve-se destacar nos cães a fibrose da válvula mitral e a cardiopatia dilatada congestiva idiopática. Os gatos, diferentemente dos cães, apresentam principalmente a cardiomiopatia hipertrófica e o tromboembolismo. Obrigatoriamente, destacam-se também as parasitoses cardíacas como a dirofilariose, comum nos cães, infrequente nos gatos e encontrada mormente nos animais que vivem próximo ao litoral, em todo Brasil.
Existem formas de prevenir as cardiopatias nos pets?
Claro que sim. Provavelmente haverá uma possibilidade de prevenir, para isto deve-se sempre consultar o seu médico veterinário.
As parasitoses cardíacas podem ser prevenidas?
Não só podem como devem. Normalmente, antes de qualquer viagem para o litoral, o proprietário do animal deve levá-lo ao médico veterinário, o qual deverá indicar fármacos preventivos para serem usados. Por outro lado, os animais que vivem regularmente no litoral, devem sofrer tratamentos preventivos sistemáticos contra estes tipos de parasitoses.
Como prevenir as cardiopatias congênitas?
Os criadores devem ficar atentos, pois determinadas cardiopatias aparecem em determinadas linhagens de raças e podem se acentuar nos cruzamentos consanguíneos. Para exemplificar, podemos citar como cardiopatia congênita a estenose da válvula pulmonar, que é comum em cães da raça BULLDOG ou a persistência do ducto arterioso, comum em POODLE, e assim poderíamos ficar citando outras cardiopatias em outras raças.
Em síntese, os proprietários devem procurar conhecer as linhagens dos reprodutores sempre que possível ou se, por infelicidade, aparecer alguma cardiopatia congênita em seu plantel, deve-se tentar encontrar qual o tipo de cardiopatia congênita que afeta ou afetou seu animal. Na dúvida, é importante retirar o animal da reprodução até uma definição do tipo de cardiopatia e assim prevenir a disseminação e perpetuação da doença para a prole.
As cardiomiopatias dilatadas nos cães também podem ser prevenidas?
Até o momento creio que não, todavia sabemos que elas podem ser comuns em determinadas linhagens de raças de cães como o BOXER, DOBERMAN, COCKER e mais recentemente pude observar duas ninhadas de ROTTWEILER com esta cardiopatia. Infelizmente, o prognóstico nestes casos muitas vezes não é bom.
As doenças cardíacas dos cães velhos, podem ser prevenidas?
Esta é uma pergunta que deve ser explicada de forma muito clara. A nossa experiência, e a de muitos outros veterinários cardiologistas, nos direcionam no sentido de afirmar que mais e mais cães e gatos ficarão velhos.
À semelhança da população humana, os nossos amiguinhos tem aumentado o tempo de sobrevida. É ainda pouco perceptível, mas com o advento de rações de melhor qualidade, acreditamos que num futuro não muito distante iremos nos surpreender com esta realidade.
Todo este esclarecimento se faz no sentido de informar que também as cardiopatias nos cães geriátricos aumentarão, pois são doenças degenerativas que aparecem principalmente com a idade. Sendo assim, um maior número de cães cardiopatas ocorrerão. No momento, não há como prevenir a fibrose da válvula mitral, principal cardiopatia dos cães senis de pequeno porte, mas felizmente podemos controlar muito bem. Para isto devemos consultar regularmente o médico veterinário no sentido de diagnosticar precocemente a referida afecção.
De que maneira eu poderia perceber que meu cão está cardiopata?
Existem algumas manifestações em cães idosos que devem chamar a atenção do proprietário. Por exemplo, sonolência, canseira ou fadiga, tosse crônica, dificuldade respiratória, emagrecimento, aumento de volume abdominal e gengiva muito pálida ou arroxeada.
Nos gatos, os sinais clínicos de doença cardíaca são os mesmos observados nos cães?
Devemos nos atentar principalmente para as dificuldades respiratórias e as paralisias de membros. Gatos velhos também podem desenvolver hipertireoidismo e consequentemente cardiomiopatia hipertrófica, entretanto nossa experiência indica que esta afecção não é tão frequente assim, ou talvez seja pouco diagnosticada em função do menor número de felinos.
Cães e gatos obesos tornam-se cardíacos?
Este é um outro conceito extraído erroneamente da medicina humana. A obesidade leva muito mais a problemas respiratórios do que a problemas cardíacos.
O INFARTO DO MIOCÁRDIO é uma cardiopatia frequente em cães e gatos?
Não é frequente como no ser humano. Diferentemente, noventa porcento (90%) das cardiopatias nos cães são: fibrose da válvula mitral e cardiopatia dilatada.
Cães e gatos doentes do coração precisam tomar medicação a vida toda?
O tratamento de cardiopatias deverá ser sempre de acordo com a afecção apresentada por cada animal. Conforme a cardiopatia, deveremos ter uma conduta terapêutica específica, que também dependerá da fase de insuficiência cardíaca congestiva apresentada.
Por exemplo, se estamos diante de caso de Endocardiose ou Fibrose da Válvula Mitral na fase inicial da doença e o animal nada apresenta de sinais de insuficiência cardíaca congestiva, nós orientamos o proprietário para que, frente aos primeiros sinais clínicos, ele possa encaminhar o cão. Por outro lado, se o animal já apresenta sintomatologia clínica, então teremos que medicá-lo de forma contínua, procurando ajustar sempre as doses dos medicamentos durante os retornos.
É claro que existem casos como as Endocardites, Miocardites e Dirofilarioses, em que após o tratamento específico e melhora clínica, pode-se interromper a terapia. Em síntese, as cardiopatias são variadas como também são variados os tratamentos. Finalmente, gostaria de desmistificar, contrapondo a ideia de que cães e gatos cardiopatas devam ser constantemente medicados, sendo que não é raro encontrar animais intoxicados com medicação cardiológica.

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