O beija-flor, também conhecido como colibrii, cuitelo, chupa-flor, pica-flor, chupa-mel, binga, guanambi, guinumbi, guainumbi e guanumbi, é uma ave da família Trochilidae e inclui 108 gêneros. Existem 322 espécies conhecidas. A maior biodiversidade do grupo encontra-se no Brasil e no Equador, que contam com cerca de metade das espécies conhecidas de beija-flor. Os troquilídeos estão ausentes do Velho Mundo, onde o seu nicho ecológico é preenchido pela família Nectariniidae (Passeriformes).
Alimentação Artificial
Aproveitando a grande necessidade que os beija-flores têm de um alimento energético de rápida utilização, como o néctar, que contém carboidratos em concentração variável em torno de quinze a 25 por cento, é possível atraí-los para fontes artificiais de soluções açucaradas, os chamados "bebedouros" para beija-flores. Trata-se de recipientes com corolas artificiais onde é colocada uma solução açucarada cuja concentração recomendada é de vinte por cento. Uma crença, que tudo indica foi iniciada a partir de uma publicação de autoria do naturalista Augusto Ruschi, diz que o uso desses bebedouros pode ocasionar doenças nessas aves, podendo até matá-las. Porém não há, na literatura ornitológica, nenhum trabalho científico comprovando isto. Essa crença tornou-se extremamente difundida na população. A doença à qual Ruschi se referiu seria a candidíase, infecção oportunista causada pelo fungo Candida albicans, que acometeria a boca dos beija-flores. É possível que esse autor tenha de fato observado essa doença em seus beija-flores, mantidos em viveiros, pelo fato de se encontrarem imunodeprimidos pelas próprias condições do cativeiro. Sendo assim, é aconselhável quando se utiliza de tal artifício para atração de beija-flores, por exemplo em jardins ou sacadas, proceder-se aliado à limpeza diária dos bebedouros e à troca da solução açucarada; preparado de preferência com açúcar comum, evitando-se a utilização de mel, açúcar mascavo, e demais preparados caseiros, pois estes possuem uma maior tendência à fermentação. Além disso é contra-indicado o uso da água encanada de rede pública, pois esta usualmente é tratada com compostos de cloro ou flúor em dosagens insignificantes para os humanos mas que nos organismos de aves de pequeno e médio porte caracterizam-se como substâncias acumulativas que prejudicam a saúde destes.
Havendo a disponibilidade do alimento artificial, normalmente os beija-flores o procuram complementando, com louvor, seu provimento energético. Esse alimento fornecido auxilia os beija-flores, porém alguns cuidados são necessários.
Em áreas com desequilíbrio da vegetação natural ou mesmo em certos períodos do ano, quando há maior escassez de alimento, os beija-flores tendem a se especializar nos bebedouros. A hipótese é que essa fase de especialização pode provocar um desequilíbrio no organismo do animal, debilitando o seu sistema imunológico. Foi observado, principalmente nestes períodos de escassez, um aumento de doenças nestes pássaros, especialmente aquelas provocadas por fungos. Isso provavelmente pode ter origem na carência de alguns nutrientes que normalmente seriam encontrados em fontes naturais de alimento, como o néctar e artrópodes. Estudos demonstraram que com uma pequena adição de sal na dieta líquida houve um aumento na resistência às doenças, tornando-se rara a presença de pássaros enfermos. Desta forma, além da troca diária da calda açucarada, é recomendável o acréscimo de uma pequena pitada de sal comum no preparado, porém evitando-se quantidades excessivas pois quantidades demasiadas de sal prejudicam o metabolismo dos animais.
Com relação à limpeza dos bebedouros, outrossim é importante mantê-los longe de insetos como formigas, vespas, baratas, etc. Tais insetos, além de competir pelo alimento com os pássaros, carregam parasitas, especialmente fungos que infectam os bebedouros. Um sinal visível, da infestação por fungos, é o pronto escurecimento do bocal e até pétalas das flores artificiais, logo após a visita dos insetos. Sendo assim é recomendável utilizar modelos de bebedouros que tenham algum dispositivo limitador de formigas, etc., e ao se notar o escurecimento das flores de plásticos, estas devem imediatamente ser esterilizadas com algum composto clorado (destinado a purificar alimentos como verduras, e jamais usar produtos comuns de limpeza) e bem enxaguadas antes de serem reutilizadas.
Bebedouro, com discos preenchidos de água no alto e na base, para limitar acesso de insetos.
Uma prática condenável é completar o nível dos bebedouros com mais calda. A presença eventual de algum pássaro doente pode contaminar outros beija-flores, através do próprio bebedouro. Dessa maneira, particularmente quando o nível do líquido está próximo do fim, aumenta a concentração de possíveis elementos patogênicos. Ademais, ocorre que no preparado, bactérias rapidamente fermentam o açúcar dissolvido, produzindo-se substâncias nocivas às aves. Em avançado processo de fermentação, é perceptível um característico odor de azedo e, em alguns casos, até um leve aroma alcoólico. Para reduzir todos esses riscos, o procedimento correto é diariamente trocar completamente a água adocicada e higienizar os bebedouros.
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