terça-feira, 19 de março de 2013

Aves que arrancam as próprias penas

O ato de arrancar penas é uma forma de automutilação muito frequente e grave em quase todos os tipos de aves. Porém, os psitacídeos (papagaios, araras, periquitos) são os mais afetados.
Entendendo o problema
Bicar as penas é mais um sintoma do que uma doença. A ave se mutila com o bico, inicialmente arrancando as penas e, depois, retirando pequenos pedaços da pele e da musculatura. A sensibilidade da pele da ave é pequena, quando sofre um corte na pele quase não demonstra reação. O que não significa que a ave não sinta dor, mas explica por que um pássaro consegue arrancar calmamente um pedaço de carne do próprio peito.
As causas podem ser várias: deficiências nutricionais, tenosinovite, ectoparasitas, alergias, dermatites, doenças metabólicas, alterações neurológicas, e até excesso de sal ou sódio. Também foi descoberto um fator genético relacionado. Tudo que cause estresse ou tédio pode servir como gatilho para o início desta compulsão, como um ambiente sujo e inadequado, um ciclo de luminosidade incorreto (ambientes com pouca luz), baixa umidade. Uma ave com uma fobia exposta a um contato excessivo com pessoas, perda de uma pessoa a qual a ave era muito ligada ou a introdução de um novo animal na casa.
O que fazer?
Para que o pássaro tenha alguma chance de cura é necessário agir rápido, uma vez o hábito estabelecido, raramente se consegue eliminá-lo totalmente, além disso, a mortalidade das aves afetadas é muito alta. O sucesso do tratamento é inversamente proporcional ao tempo e a gravidade do problema.
Então, a primeira providência é impedir imediatamente que a ave consiga se mutilar! O modo mais eficaz é usar nela um “Colar Elisabetano” – semelhante aquele usado em cães no pós-cirúrgico. Alguns veterinários consideram este colar um fator a mais de estresse, porém em virtude da gravidade do problema, é uma medida fundamental para o sucesso do tratamento.
Da mesma forma que cães e gatos, as aves também devem fazer visitas periódicas ao veterinário (especialista em aves). Assim, se houver alguma doença envolvida, pode ser diagnosticada e tratada.
Abaixo você conhecerá algumas dicas importantes, que podem fazer toda a diferença nestes casos de compulsão.
Terapia comportamental
O treinamento consiste em melhorar a relação ave-proprietário e ave–ambiente. Os psitacídeos podem ser ensinados a subir na mão, e a sair da gaiola. A interação com o dono e demais pessoas da casa, deve ser recompensada oferecendo ao pássaro pedacinhos do alimento que ela mais gosta. Aves medrosas devem ficar em locais onde se sintam seguras e a interação com pessoas, feita de forma muito gradativa.
Não se deve dar atenção, de nenhuma forma, no momento em que ela arranca as penas. Punir o comportamento não é eficaz. Quando o pássaro já recuperou totalmente as penas, o aloe vera, que tem um gosto amargo para as aves, pode ser passado nas penas na tentativa de inibir o reinício do comportamento.
Medicamentos como a fluoxetina ou amitriptilina, associados ou não ao diazepam, podem ser úteis, principalmente nos casos em que as aves são muito medrosas. No entanto, lembre-se que é imprescindível consultar o veterinário antes de dar qualquer remédio ao animal!
Melhore o ambiente
Tornar o ambiente mais aconchegante também é essencial! O local ideal é um viveiro ou gaiola onde o pássaro possa se sentir seguro. O ambiente deve ser limpo, luminoso, e estimulante. Coloque galhos para que a ave escale. Compre ou invente brinquedos de papelão ou madeira que possam ser quebrados ou desmontados. Os psitacídeos, principalmente, adoram isso!
E lembre-se: Cozinha e área de serviço não é lugar para aves! As panelas, o forno e o ferro de passar que tem revestimento de teflon soltam vapores tóxicos e perigosos para as aves! Escolha um local arejado.
Acerte a alimentação
A correção de eventuais deficiências na dieta também é uma parte crítica do tratamento. Algumas aves consomem a base das penas atraídas pelo gosto de sangue. A ânsia por minerais, proteínas e gorduras das penas pode ser uma das causas da compulsão. Não é correto alimentar aves com misturas de sementes. Elas devem comer rações para aves, frutas e verduras frescas. O alimento serve também como uma ferramenta lúdica para o entretenimento. Quebrar a casca das nozes e abrir ou desmontar um brinquedo para alcançar o alimento dentro dele pode ser muito divertido para a ave e ajuda com que ela tenha mais atividades em seu dia, desviando, assim, a atenção do ato compulsivo.

Fonte: www.r7.com/blogs/dr-pet
Texto Claudia Terzian (adestradora e consultora comportamental da Cão Cidadão)
Revisão Alex Candido

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2 comentários:

  1. Olá Pedro posso compartilhar sua publicação na minha página de terapia de florais? Estou tratando alguns animais com. Floral para automutilacao (picacismo) alguns resultados estão sendo muito bom.. E achei sua matéria muito boa. Me permite mandar link do seu artigo na minha página?

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