segunda-feira, 28 de maio de 2012

Problemas de visão em cachorros

As doenças oculares podem ser congênitas, aparecerem com a velhice ou serem disparadas por um simples acidente. Porém levar o seu animal ao oftalmologista canino ajuda a manter tudo sob controle. Até os 2 anos, essa consulta deve acontecer ao menos uma vez. Assim você sabe se o filhote tem alguma predisposição a problemas como catarata e glaucoma e diminui os riscos de complicações futuras.
O oftalmo Luiz Felipe Moraes Barros, do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo, tranquiliza: "Quando diagnosticadas logo no começo, as alterações oculares têm bons prognósticos. A ceratite tem cura e o glaucoma e a catarata são tratados com ótimos resultados". Saiba mais sobre cada uma dessas encrencas que afetam a cachorrada.
LEVE A SÉRIO
• Alteração na coloração dos olhos
• Olhos vermelhos e irritados
• Secreção ou lacrimejamento
• Piscadelas frequentes ou o hábito de viver de pálpebras cerradas
CERATITE
Ceratites superficial punctata:
As ceratites punctatas podem apresentar-se uni ou bilateralmente como defeitos superficiais do epitélio corneano. O centro das le-sões puntiformes cora-se com fluoresceína. Alguns sinais clínicos observados são:conjutivite, blefarospasmo e epífora. A vascularização da córnea pode ocorrer em casos crônicos.
Esta patologia pode ser induzida por inúmeras condições aviltantestais como: exposição crônica da córnea em pacientes sob efeito de anestesia geral, ceratites de exposição em raças branquicefálicas e o emprego de anestésicos tópicos. A terapia específica, porquanto a determinação do agente causal, pode estar dificultada.
Ceratite superficial crônica ( Panus )
A ceratite superficial crônica é uma enfermidade que acontece cães, de caráter progressivo e inflamatório, podendo conduzir à ce-gueira. Como sinonímias, reconhecem-se os termos: Panus do Pastor Alemão, Panus degenerativo, Ceratite superficial estromal e Síndrome de Uberreiter's.
A condição manifesta-se bilateralmente na forma de lesão avermelhada, vascularizada, com infiltração subepitelial de tecido conjuntivo. Geralmente o epitélio corneano permanece intacto, e a migração de pigmentos (melanose corneana) comumente acompanha o infiltrado fibrovascular inflamatório, que invade o estroma anterior.
Relativamente a sua etiologia, face à resposta terapêutica a imunossupressivos, acredita-se tratar de enfermidade imunomediada. A desordem apresenta, ainda, correlação positiva com altitudes elevadas e aumento dos níveis de radiação ultravioleta. Muitas sào as raças que podem desenvolver o Panus; não obstante, é o Pastor Alemão o mais acometido.
O diagnóstico é baseado nos sintomas, que exibem lesões bilaterais compostas primariamente por vascularização, pigmentação ou pela combinação de ambas. As lesões envolvem o quadrante corneano temporal em mais de 95% dos casos.
O tratamento consiste na utilização de agentes antiinflamatórios tópicos potentes como os corticosteróides ou a ciclosporina A. Nos casos de lesões muito extensas e não responsivas à terapia clínica, ceratectomia superficial ou a aplicação de radiação Beta tem sido por vezes preconizada. Recomenda-se como alternativa terapêutica, a criocirurgia, empregando o nitrogênio liquido ou
óxido nitroso.
Ceratite pigmentar
A ceratite pigmentar é condição comum em cães em que o pigmento é carregado ao epitélio e estroma superficial, em associação com ceratites crônicas. O sítio de pigmentação na córnea pode permitir a identificação da fonte de irritação. A pigmentação focal está habitualmente associada à distiquíase, entrópio, ectrópio, pregas nasais e cílios aberrantes. A ceratite pigmentar central ocorre na ceratoconjutivite seca, ceratite por exposição, lagoftalmia e ceratite neuroparalítica.
O tratamento consiste na remoção do agente causal. Corticoperapia tópica (na ausência de úlceras), preparações com lágrimas artificiais, estimulação da produção lacrimal pela utilização de pilocarpina oral ou da ciclosporina tópica, bem como procedimentos em certactomia superficial podem ser úteis em alguns casos.
Ceratite ulcerativa
A ulceração é a doença corneana mais comumente observada em cães e gatos e é caracterizada pela perda do epitélio e do estro-ma superficial, com ou sem perda do tecido cornenano profundo.
A ulceração da córnea exibe ampla variedade de causas,mas o trauma é, provavelmente, o mais comum entre os agentes envolvidos.
As causas infecciosas incluem : infecções bacterianas (possivelmente precedidas por um trauma inicial) por Staphilococcus e Pseudomonas aeruginosa , infecções micóticas como a aspergilose e a candidíase e infecções virais pelo Herpesvírus felino tipo I.
As úlceras podem ser secundárias a outras enfermidades corneanas, como as distrofias epiteliais, o edema crônico nos casos de glaucoma e as ceratites neurotróficas(25).
Quando à perda de substância têm sido incriminados os corpos estranhos, anormalidades dos cílios (distiquíases, triquíases e cílios ectópicos), arranhadura por gato, traumas químicos (ácidos e álcales), anormalidades palpebrais(entrópio, ectrópio, lagoftalmia ou exoftalmia e buftalmia). Há, ainda, causas relacionadas à paralisia do nervo facial e doenças do filme lacrimal.
As úlceras freqüentemente exibem sinais clínicos clássicos, traduzidos por fotofobia, bleforospasmo, epífora e perda da transparência pela invasão de vasos, migração de células inflamatórias devido ao edema, desarranjo das lamelas de colágeno, resultante da reparação cicatricial, deposição de pigmentos e de outras substâncias como lipídios e cálcio.
As úlceras superficiais usualmente são pequenas e resultantes de injúria mecânica. As úlceras profundas são geralmente de formas ovuladas ou arredondadas, de margem abrupta e circundadas por edema e infiltração vascular. Dentre as complicações, destacam-se as perfurações e as uveítes secundárias.
A terapia consiste na profilaxia ou no controle da infecção, da erosão e na retirada da causa. No geral, o tratamento deve ser direcionado para a prevenção ou eliminação da contaminação, controle da uveíte, analgesia, interrupção da destruição tecidual, preservação da transparência e da função corneana e suporte tecidual.
Ceratite herpética
Ceratites virais como causa de ceratites ulcerativas em cães têm sido incriminadas, contudo não há comprovação. Ao con-trário dos cães, em gatos, o Herpesvírus felino é causa importante de ulceração corneana.A ceratite herpética pode acometer felinos de qualquer faixa etária; todavia são reconhecidos como mais freqüentes os casos acometendo animais adultos com sinais leves de afecção do trato respiratório superior. Cabe lembrar que se trata de afecção manifesta uni ou bilateralmente.
As úlceras herpéticas apresentam-se segundo um ou vários padrões. Podem ser pequenas e numerosas (punctatas), lineares e ramificadas (úlceras dendrítica) e geográficas. Os sinais clínicos exibem ainda conjuntivites de leves a moderadas até a perfuração da córnea com perda do olho afetado. Agentes antivirais tópicos devem ser utilizados por, no mínimo, duas semanas. A trifluridina, droga de escolha, é particularmente indicada, porquanto penetra melhor a córnea. No nosso meio, a idoxuridina tem sido também empregada.
Ceratoconjutivite seca/ CCS/KCS
A ceratoconjutivite seca ou olho seco é problema oftálmico comum em cães. A condição geralmente resulta da deficiência do componente aquoso do filme lacrimal pré-corneano e exibe várias facetas: predisposição racial, hipotireoidismo, paralisia do nervo facial, medicamentos (atropina, sulfonamidas), excisão cirúrgica da glândula da terceira pálpebra, conjuntivite e cinomose têm sido incriminados. Estudos recentes têm mostrado que tanto a KCS dos cães como a de indivíduos da espécie humana têm sua gênese a partir de alterações do sistema imunogênico.
O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e nos resultados obtidos com teste lacrimal de Schirmer. O sinal marcante em pacientes acometidos traduz-se por secreção ocular mucóide a muco-purulenta, que se adere ao epitélio e que, normalmente, acompanha perda brilho na córnea e hiperemia conjuntival. Casos agudos podem produzir ulcerações superficiais , profundas e até a perfuração da córnea. Todavia são encontradas manifestações superficiais crônicas com deterioração progressiva da visão. A vascularização e a pigmentação são de ocorrência sistemática.
A abordagem terapêutica convencional consiste de instilações freqüentes de lágrima artificial, drogas antiinflamatórias, mucolíticos e antibióticos; e da utilização oral de pilocarpina - solução oftálmica a 1%, instilada 1 a 2 gotas ao dia, na refeição principal. Atualmente a ciclosporina A, na forma de colírio ou pomada, em diferentes concentrações e a intervalos de 12 ou 24 horss, tem sido empregada no alívio dos sinais clínicos e na lacrimogênese.

Amanhã publicaremos as demais doenças e suas caracteristicas específicas.

Venha para a Papá de Bicho e veja se o problema de visão de seu cão é sério e comece já o tratamento.

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