Uma higiene dentária deficiente nos cães e gatos pode causar sérios problemas de saúde, incluindo as dolorosas doenças gengivais e perda de dentes. O problema começa com o acúmulo de placa bacteriana e posterior formação de tártaro sobre os dentes causando as doenças periodontais, ou seja, doenças dos tecidos que revestem , que sustentam e rodeiam os dentes - gengivas, ligamento periodôntico, osso alveolar, e superfície de cemento (tecido ósseo que reveste a raiz do dente). A doença periodontal é a afecção oral mais freqüente encontrada e a mais comumente vista na prática de pequenos animais (cães e gatos).
A gravidade da doença periodontal está relacionada com a quantidade de placa presente nos dentes e com a idade do animal, pois é uma doença mais comum nos idosos. Os cães de raças pequenas são afetados mais precocemente dos que os de raça grande e também de forma mais grave. Sabe-se ainda que esta infecção pode se propagar através da corrente sangüínea da boca para outros órgãos internos como o coração, o fígado e os rins e também articulações, prejudicando a saúde e encurtando a vida de seu cão ou gato.
A placa bacteriana é um depósito sobre os dentes de um material constituído por agregação de bactérias de forma concentrada, aderente e em constante crescimento. As bactérias colonizam todas as estruturas bucais e acumulam-se na superfície dentária. A coroa dentária é em primeiro lugar coberta por uma película composta de glicoproteínas, polipeptídeos e lipídeos de origem salivar. Algumas bactérias Streptococcus sp, Actinomyces sp, etc., com propriedades adesivas colonizam a película presente e formam a placa bacteriana. Com o espessamento e maturação da placa dentária, a sua composição se altera, causando o desenvolvimento da doença periodontal, devido à evolução de uma flora de bactérias predominantemente aeróbicas para anaeróbicas. Com cerca de algumas semanas após a formação da placa, ocorre sua mineralização formando assim o tártaro.
A placa dentária é o fator etiológico primário (o fator causal) responsável pela gengivite. Convém salientar que a placa não é um resíduo alimentar. A dieta é que desempenha um importante papel na formação e maturação da placa. Uma dieta de consistência macia e aderente induz a aumento de formação de placas e conseqüente gengivite maior do que uma dieta de consistência dura e fibrosa. EVOLUÇÃO DA DOENÇA PERIODONTAL EM CÃES E GATOS.
Caso não haja o cuidado preventivo de retirada destas placas, num período de poucos anos teremos os envolvimentos clínicos e subclínicos que, por serem de progressão lenta, inicialmente o proprietário associa estas modificações à idade avançada ou perda da jovialidade do animal. Entretanto nesta fase, com freqüência danos irreparáveis já ocorreram.
Uma modificação nos hábitos de comer e halitose (hálito com odor fétido) podem ser os primeiros sintomas a serem notados pelo proprietário, posteriormente teremos as doenças periodontais, ou seja, inflamações das bordas gengivais, aumento da área de retenção de alimentos, infecções purulentas, gengivites, dentes frouxos, queda de dentes, dor quando mastiga, depressão e perda de peso. Nos cães e gatos jovens a doença periodontal mais comum é a gengivite, enquanto que nos mais velhos, predomina a frouxidão óssea e a queda de dentes.
Atualmente recomenda-se como forma preventiva um programa de higiene bucal que inclui escovação regular dos dentes com escovas e pastas especialmente formuladas para animais, pois dentifrícios humanos, se ingeridos, contém substâncias nocivas aos animais, podendo causar problemas estomacais e até intoxicação. A escovação diária é a melhor forma de prevenirmos o acúmulo de tártaros e conseqüente doenças periodontais. Para condicionar o animal, aconselha-se sempre dar uma recompensa após manipular a boca.
A cárie dentária é relativamente rara nos cães e gatos devido a dieta ser geralmente baixa em carboidratos fermentáveis, propiciando um pH da saliva alcalino, o que tende a neutralizar os ácidos orais. Por outro lado, a doença periodontal acomete por volta de 85% dos animais adultos, num grau de moderado a severo, com o agravante de ser uma patologia que não tem cura. Por esta razão, é importante ser instituído um programa de prevenção para se obter uma boa saúde bucal.
Problemas de mal hálito, gengivite, sangramento e retração gengival, presença de tártaro, dentes com mobilidade ou ausentes, dor ao abrir a boca, perda do apetite, dificuldade em apreender e mastigar os alimentos, todos estes fatores indicam a necessidade de uma visita ao médico veterinário. Normalmente é feita uma limpeza com um aparelho de ultra-som, o qual remove todas as placas com segurança através de vibrações, da mesma forma como é feita em pacientes humanos. Entretanto, como os animais não entendem o que está sendo feito, é necessária a utilização de anestesia geral.
Graças ao desenvolvimento da medicina veterinária, existem técnicas anestésicas bastante seguras para os animais, principalmente os mais idosos, através do emprego da anestesia inalatória, anestesia esta em que o animal fica entubado respirando uma mistura de oxigênio com o gás anestésico, reduzindo assim bastante o risco da anestesia.
A Papá de Bicho possui funcionários capacitadados em orientar, identificar os problemas, com o intuito de proporcionar uma maior expectativa e qualidade de vida aos seus animais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário