A hipersensibilidade alimentar é uma das condições que mais estressam animais, proprietários e médicos veterinários, sendo desencadeada por um tipo de reação adversa de natureza imunológica, levando a desordem cutânea pruriginosa e não sazonal. O diagnóstico definitivo é dado pela realização de uma dieta de eliminação e, uma vez confirmado o diagnóstico, o paciente deve receber ração de eliminação comercial ou dieta caseira, obtendo-se um bom prognóstico.
De acordo com Loeffler et al. (2004), existem dois tipos de reação adversa ao alimento, uma reação imunomediada de alergia ao alimento e uma reação não imunológica de intolerância ao alimento. Ackerman (1998) e Halliwell (2007) concordam que as reações adversas aos alimentos podem ter uma base imunológica ou podem se desenvolver sem o envolvimento do sistema imune (intolerância alimentar), tendo esta última, vários tipos diferentes de reação, como reações de toxicidade, reações de idiossincrasia, reações farmacológicas e metabólicas. Em muitos casos, a intolerância e a hipersensibilidade podem coexistir em um mesmo paciente.
Em cães a pele é um importante alvo para as reações adversas ao alimento, mas sinais gastrintestinais e, menos freqüentemente, problemas respiratórios e neurológicos também ocorrem.
Todos os alimentos podem ser potencialmente alergizantes, apesar de, na prática, serem as proteínas as causadoras mais freqüentes. Em virtude dos hábitos alimentares, as substâncias alergizantes variam. É essencial diferenciar os trofalérgenos dos ingredientes responsáveis pelas reações não imunológicas (lactose, responsável por sintomas de deficiência de lactase), alimentos ricos em histamina ou liberadores desta (alguns peixes, crustáceos, embutidos, chocolate, etc.). Os trofalérgenos são os alérgenos alimentares, onde dentre os principais estão a soja, leite de vaca, ovo, peixes, cereais como o trigo e a cevada, glúten, frutas e legumes, aditivos e corantes. White (1998) complementa que os alérgenos mais comuns nos cães são: proteína bovina e de frango, o leite, o ovo, o milho, o trigo e a soja.
Podem ser observadas diversas lesões cutâneas primárias e secundárias nessa patologia, como pápulas, pústulas, urticária, eritema, escoriações, escamas e crostas. Porém, a queixa principal é o prurido, este é não-sazonal e pouco reativo aos glicocorticóides. Qualquer cão com prurido não-sazonal, particularmente se forem afetados face, pés ou orelhas, ou ainda piodermatite recorrente pode apresentar possivelmente uma reação alimentar adversa subjacente (ROUDEBUSH, 1995;
MUELLER, 2003). Conforme Medleau e Hnilica (2003), o prurido pode ser localizado ou generalizado e, normalmente, atinge orelhas, membros, região inguinal ou axilar, face, pescoço e períneo. Willemse (1995) cita que em cães, comumente há lesões papulares no abdômen e nas axilas, ou uma foliculite pustular pruriginosa com ou sem a presença de colaretes epidérmicos. Além disso, um eritema intenso, urticária, seborréia ou otite externa poderá ocorrer, como manifestação singular de uma alergia alimentar.
O princípio do regime de privação consiste em subtrair, do animal suspeito, os trofalérgenos potencialmente responsáveis pelos transtornos cutâneos. Com isso, se obtém progressivamente, um desaparecimento dos sintomas.
De acordo com Scott et al. (1996) e Mueller (2003), uma dieta de eliminação para cães consiste de uma fonte protéica e uma fonte de carboidratos anteriormente não oferecida. Isso significa que a dieta de eliminação para um paciente particular é determinada pela dieta oferecida até então a esse animal. Gatos devem ser alimentados somente com uma fonte protéica, sem a fonte de carboidratos, para aumentar a adesão.
As opções possíveis de fontes protéicas são carne de galinha, peru, pato, veado, carne ovina, bovina, eqüina, bubalina, de coelho, de lebre, de canguru, de emu, vários tipos de carne de peixe, entre outros. As fontes de carboidratos podem consistir de arroz, batata, batata-doce, feijão ou outros (MUELLER, 2003). Brown et al. (1995) complementam que se deve optar por uma única fonte de proteínas e de carboidratos.
Quando as dietas hipoalergênicas não estiverem disponíveis, os glicocorticóides sistêmicos e os anti-histamínicos podem ser usados para suprimir os sinais clínicos, porém pode ser difícil de controlar com estas drogas, pois uma resposta completa aos glicocorticóides sistêmicos é verificada somente em 50% dos cães com HA (ROUDEBUSH, 1995; SCOTT et al., 1996).
Fonte: http://www.pedigree.com.br/downloads/waltham/premio/3lugar.pdf
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