quarta-feira, 5 de outubro de 2011
PARVOVIROSE
A Parvovirose é uma doença contagiosa, causada por um vírus, que ataca os cães domésticos, especialmente os cachorros por serem mais vulneráveis.
Esta virose classifica-se como zoonose, por atacar tanto o homem como o cão. No homem manifesta-se sob a forma de infecções nas vias resperatórias e nos olhos, mas sem gravidade, ao contrário da incidência nos cães onde normalmente é fatal.
Sintomas
No cão a doença manifesta-se de duas formas, a endémica, que é a mais frequente, e a miocárdica, que provoca a morte súbita do cão e que só pode ser diagnosticada no post-mortem, dado não existirem sinais clínicos da doença no animal enquanto vivo.
Forma endémica
Na forma endémica, as primeiras manifestações da doença são a febre, que pode atingir os 41º, sonolência, falta de apetite, vómitos, por vezes tosse e inflamação dos olhos (conjuntivite).
A doença desenvolve-se pela inflamação da faringe e amígdalas, onde se replica, atingindo depois o aparelho digestivo, a começar pelo estômago e estendendo-se depois a outros órgãos como os intestinos e fígado. Nesta fase as fezes apresenta-se esbranquiçadas, sanguinolentas e sob a forma de diarreia.
Forma miocárdica
Na forma miocárdica o coração do animal, ao ser atingido, provoca-lhe a sua morte súbita. No entanto, na forma endémica, os danos podem atingir o músculo cardíaco e, embora esses danos não provoquem logo a morte do animal, podem deixar sequelas que o vitimarão quando ele envelhecer. Assim, um cão recuperado da forma endémica da doença, pode vir a contrair a forma miocárdica mais tarde.
Os casos típicos da doença consistem em os cachorros serem aparentemente sadios, mas morrerem subitamente ou minutos após um período de angústia.
Génese da doença
A fonte primária da infecção é a exposição oral às fezes contaminadas. O vírus instala-se e infecta a faringe e as amígdalas, entra na corrente circulatória e atinge então os tecidos de vários órgãos: estômago, fígado, baço, medula óssea, pulmões, miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele continua a replicar-se, provocando a necrose das criptas do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades.
Combate ao vírus
O vírus é muito difícil de combater e eliminar por ser muito resistente. Em condições normais de temperatura e de humidade, o vírus pode permanecer no meio ambiente durante vários meses.
Uma forma de minimizar o contágio é evitar o contacto do cão com outros cães infectadoe e respectivas fezes. O animal doente deve ser isolado de outros animais e mesmo do homem, afim de impedir-se a propagação do mal.
Prevenção
A forma mais eficiente de prevenir a parvovirose é através da respectiva vacina.
As vacinas não devem proteger somente o indivíduo, mas também a população, evitando a eliminação de vírus quando o animal está infectado. O papel dos anticorpos maternos na proteção dos cachorros é fundamental. Os níveis de anticorpos maternos (adquiridos pelo colostro) nos filhotes variam de acordo com os níveis de anticorpos encontrados na cadela. Quanto mais alto for o nível de anticorpos da cadela, mais altos serão os níveis encontrados nos cachorros e, portanto, mais duradoura será a imunidade passiva. No entanto, como o nível da cadela pode ser variável, a duração da imunidade passiva também será variável. Se o animal for vacinado e ainda apresentar vestígios de anticorpos, esses vão inutilizar a vacina. Assim, para se ter a certeza de uma eficiente imunização enquanto cachorros, deve-se dar a primeira dose entre 6 e 8 semanas de idade, a segunda entre 10 e 12 semanas e a terceira entre 16 e 18 semanas de idade. A revacinação deve ser anual.
Consequências da doença
O parvovirus em cachorros muito jovens (menos de meses) ou in-útero pode atingir também as células do coração e provocar problemas cardíacos imediatos, como a miocardite, ou mais tardios (até aos 6 meses) como seja a insuficiência cardíaca congestiva.
Problemas neurológicos apenas se houver complicações durante a fase aguda da doença em que pode ocorrer septicémia ou hemorragias cerebrais.. mas é raro.
O mais que se pode fazer é ir vigiando o animal e esperar pelo melhor.
Vacinação da cadela
Para assegurar uma boa imunidade aos filhotes, deve-se vacinar as cadelas antes da cobertura (antes do cio) mesmo que tenham sido vacinadas antes, pois recebendo uma nova dose da vacina, terão sua imunidade aumentada durante a gestação e a oportunidade de através da circulação inter-placentaria conferirem a seus futuros filhotes uma razoável imunidade passiva.
Embora não se tenha verificado qualquer interferência sobre o desenvolvimento normal do feto, não se deve vacinar cadelas prenhes.
Depois do parto e já na fase de aleitamento das suas crias, a imunidade conferida pela vacina aplicada na mãe será transmitida através do leite (especialmente o primeiro leite, o colostro), aos filhotes recém nascidos, prevenindo-os assim da doença na primeira fase da vida e enquanto não atingirem a idade conveniente para eles próprios receberem as primeiras vacinas.
Estas considerações são meros indicadores. Deve seguir-se à risca o programa de vacinação preconizado pelo veterinário.
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