segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Outras Doenças Transmitidas pelos Carrapatos

Febre Maculosa



A febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, causada por uma bactéria (Rickettsia ricketsii) transmitida por carrapatos. O vetor desta doença é um carrapato, mais especificamente Amblyoma cajennense, também conhecido como "carrapato estrela" ou carrapato de cavalo. Além dele, outros carrapatos também podem transmitir a doença.
A transmissão da doença ocorre por meio da picada do carrapato infectado. A transmissão da doença pode se dar a partir de 4 a 6 horas a partir da fixação do carrapato na pele.
Nos seres humanos o surgimento dos sintomas da doença ocorre de forma súbita, acompanhado de febre alta, dores de cabeça e dores musculares. Geralmente no quarto dia surgem manchas róseas nas extremidades, em torno dos punhos e tornozelos, tronco, face, pescoço, palmas das mãos e solas dos pés.
Um dos problemas mais graves no diagnóstico da febre maculosa está na semelhança dos seus sintomas iniciais (febre, dor de cabeça, etc.) com os de outras doenças mais comuns como a gripe. Isto faz com que as pessoas muitas vezes não procurem o tratamento adequado no início do processo, e a doença evolua para um quadro mais grave. Cerca de 80% dos indivíduos com forma grave, se não diagnosticados e tratados a tempo, evoluem para óbito.
Quais os sintomas que os animais, os cachorros e os gatos, por exemplo, apresentam?
Os cachorros e os gatos infectados com a bactéria causadora da febre maculosa são em geral resistentes a essa doença e raramente apresentam sintomas. Quando eles apresentam algum sintoma, não passa de uma ligeira febre e fraqueza passageira. O que é muito importante esclarecer é que os cães e gatos não transmitem a febre maculosa, mas são eles que servem como um veículo, ou seja, como um meio de transporte para os carrapatos infectados chegarem até as pessoas. O grande vilão da febre maculosa é o CARRAPATO.

Babesiose Canina

A babesiose canina é uma grave doença causada por um protozoário (Babesia canis) capaz de causar infecção dos glóbulos vermelhos dos cachorros e anemia grave. Esta doença pode ser transmitida aos cachorros por várias espécies de carrapatos, e dentre eles, o Rhipicephalus sanguineus (carrapato vermelho do cachorros) é o principal responsável pela transmissão do agente.
O mais comum é que, no homem, as infecções ocorram devido à infecção por Babesia microti, que é transmitida pelo carrapato I. scapularis. Foram registrados inúmeros casos, inclusive co-infecção com Borrelia burgdorferi (doença de Lyme) em pessoas.
Os cachorros doentes podem apresentar prostração, tristeza e emagrecimento progressivo. O diagnóstico da doença é feito pelo Médico Veterinário, que pode tratar os animais com medicamentos específicos.
Não existem vacinas disponíveis contra a babesiose canina, e a melhor forma de prevenção da doença é o controle da infestação por carrapatos.

Doença de Lyme

A doença de Lyme é uma infecção transmitida por carrapatos aos cachorros e seres humanos (principalmente por ninfas do carrapato Ixodes scapularis nos EUA e Ixodes ricinus na Europa), causada por uma bactéria espiroqueta chamada Borrelia burgdorferi. A infecção pode causar o acometimento de diversos órgãos, inclusive a pele, o sistema nervoso, o coração e as articulações. Nos seres humanos pode haver ainda o surgimento de lesões eritematosas na pele (avermelhadas) que evoluem de forma centrífuga do local da picada do carrapato (chamado de eritema migratório), no entanto, esse achado nem sempre é freqüente. Em cachorros, os sintomas mais comuns são dor articular aguda, letargia e febre.
A doença de Lyme é considerada hoje a doença transmitida por vetores mais prevalente nos EUA, com quase 90.000 casos registrados nos Centros de Controle de Doenças em 49 estados entre 1992 e 1998. Neste país existem vacinas contra a doença de Lyme, no entanto, no Brasil, a única forma de prevenção ainda é o controle dos carrapatos.
No Brasil a doença de Lyme já foi diagnosticada em cachorros na cidade de São Paulo, nos municípios da Baixada Fluminense (Estado do Rio de Janeiro) e em áreas rurais do Estado do Rio de Janeiro. A doença já foi também diagnosticada em seres humanos.

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