quinta-feira, 29 de setembro de 2011

HEPATITE INFECCIOSA CANINA

A Hepatite Infecciosa Canina (HIC), conhecida também como doença de Rubarth é uma infecção viral causada pelo adenovírus canino tipo I (CAV-1) que acomete principalmente cães jovens e não vacinados.
O adenovírus canino tipo I, é um DNA – vírus não envelopado. Além do adenovírus canino tipo I, existe também o adenovírus canino tipo II (CAV-2) que causa inflamação das vias áreas superiores associada à Traqueobronquite Infecciosa dos Cães (Tosse dos Canis). O CAV-I tem tropismo pelas células endoteliais e hepatócitos, causando hepatite aguda fulminante frequentemente fatal em animais não imunizados.
Os cães adquirem o CAV-I através de exposição oronasal. O vírus é encontrado em todos os tecidos sendo eliminado em todas as secreções durante a fase aguda da infecção. Durante algum tempo após a recuperação o vírus ainda é eliminado através da urina dos cães.
Após a exposição, o vírus replica-se inicialmente nas tonsilas, passa aos linfonodos e atinge a corrente sanguínea através do ducto torácico. A viremia dura de quatro a oito dias, o vírus então se dissemina para os tecidos, com destino especialmente aos hepatócitos e células endoteliais. A lesão endotelial afeta principalmente o endotélio
corneano, glomérulos renais e endotélio vascular.
A Hepatite Infecciosa Canina frequentemente apresenta curso clínico agudo ou superagudo.
No curso superagudo da doença, a mesma não é diagnosticada antes do animal vir a óbito. Isso ocorre, pois a evolução da doença dá-se em um espaço curtíssimo de tempo.
No curso aguda da enfermidade observa-se aparecimento de sinais clínicos como apatia, letargia, inapetência, sede intensa, anorexia, vômito, dor abdominal, diarreia com ou sem sangue, febre entre outros. Podem ocorrer também sinais neurológicos (desorientação, depressão, coma, convulsões), tais sinais são resultantes de encefalopatia hepática, hipoglicemia ou encefalite não supurativa. Sinais oftálmicos provenientes de edema corneano e uveíte anterior também podem ser observados.
O diagnóstico baseia-se na associação entre sinais clínicos e lesões macro e microscópicas. Alguns métodos são utilizados para confirmar a presença do CAV-I nos tecidos, sendo eles a imunoistoquímica (IHQ), reação em cadeia da polimerase (PCR) e isolamento viral.
O tratamento recomendado é de suporte, geralmente com administração de fluidoterapia suplementada com potássio e dextrose, tratamento para encefalopatia hepática e antibioticoterapia para complicações bacterianas.
A prevenção é feita através da vacinação, com esquema prescrito por Médico Veterinário. Pelo fato de a Hepatite Infecciosa Canina ser uma doença de fácil transmissão, é importante tomar alguns cuidados para preveni-la além da vacinação, como por exemplo, a desinfecção dos locais onde o animal habita fazendo uso de vapor quente, vassouras de fogo e desinfetantes a base de amônia e se desfazendo dos objetos do animal (camas, brinquedos, comedouros, bebedouros).

Por Mariana Diniz, Médica Veterinária e Assistente Técnica da Ourofino Saúde Animal.

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